Embora retardadamente aos fatos, iniciarei hoje uma série de memórias acerca de breve experiência que tive no ano de 2018 durante parte do verão e inverno na Alemanha.
SPOILER: falo nada de importante aqui. É mais uma introdução que em três linhas dava para resumir. Há o relato inicial, uma ou dias dicas e meus anseios e receios com a viagem.
Os preparativos para a viagem começaram ainda em 2017, quando meu esposo foi selecionado para o programa de intercâmbio de doutorado sanduíche naquele país e para lá se mudou por um ano, ficando eu no Brasil.
Inicialmente retomei as aulas de inglês, para que meu inglês tupiniquim desse pelo menos para o essencial aeroportuário e afins!
Logo a parte burocrática de Polícia Federal, passaporte, informativos a cerca de cartão de vacinas, visto, regras, documentação e etc.
Eis então, duas surpresas que para essa viagem, facilitariam alguns trâmites:
Legalmente, sem visto você pode viajar para a Alemanha e lá permanecer até 90 dias no decorrer de um ano. Como em minha primeira viagem ficaria 41 dias, não precisava me preocupar com esse aspecto e foi também uma alívio saber que não precisaria de uma peregrinação para descobrir onde estaria meu cartão de vacinação, hava vista que à época, era dispensado a apresetação dele para adentrar ao país.
Seguiu-se daí a procura por passagens aéreas, processamento de datas, organização financeira, adequação do casamento à distância (meu deus, eu passei por isso e sobrevivi), enfim, a parte prática da viagem: compra de passagens, roteiros de onde ir e do que fazer, onde hospedar durante as viagens internas que faríamos, quanto gastar, quanto comprar de Euro, quanto o cambio era cruel nas oscilasções, efim!
Imaginem só a aflição para encontrar bons preços para viagem em período de férias escolares no Brasil, a ansiedade de rever o marido, de ir só em uma viagem longa, de não ter domínio da língua inglesa e não saber absolutamente nada de alemão a não ser entender que algém disse oi, tchau, não, sim e obrigado! (uau, sobrevivi bem a isso também).
Após encontrar a passagem e marcar a data da viagem, cuja dica de ouro é fazer buscas com bastante antecedência para inclusive sacar as oscilações e os menores valores praticados para não esperar por algo surreal, sendo importante também ter certa flexibilidade para dias de ida e volta, em 27 de junho de 2018, iniciei a jornada rumo ao Velho Continente.
Embora houvesse toda tensão de viajar, sobrevoar o oceano, ficar 12h em um único trecho, pensar como ocupar o tempo enquanto isso, pensar como vai ser lá, como está sendo em casa, enfim, toda a ansiedade que a situação de chegar em um país desconhecido, não sabendo o idioma local, tendo dificuldades no inglês, não sabendo ao certo como seria na imigração, na entrevista, efim, o rumo ao desconhecido, o "se joga", me deixava animada! Animava também pensar que havia feito a melhor escolha de trechos, haja vista ter usado (outra dica de ouro) buscar por voos diretos. Como meu esposo esposo nessa época já estava em Frankfurt, nada melhor que o voo direto Guarulhos Frankfurt. (Outra dica) Também é interessante buscar companhias que tenham autonomia nos trechos e não necessite operar em parcerias. Na ida em junho com voo direto pela mesma companhia, seja no doméstico Goiania/São Paulo ou no internacional São Paulo/Frankfurt, me senti mais confortável e tranquila do que na volta, em agosto num primeiro trecho, de um voo não direto para o Brasil e operado por uma companhia diferente.
Na volta sai de Frankfurt para Londres em companhia local que faria a operação do voo e vi que tudo acontece com outra organização que me deixou um pouco confusa, até porque, os espaços destinados à embarque e desembarque em cias. diferentes, são distintos. Outro ponto é o processo de deixada do país: deixei Frankfurt e passei pela imigração, cheguei em Londres tive que fazer entrevista para avisar que estava só em trânsito pelo aeroporto (fui bem recomendada que tinha que deixar Londres até a hora do meu próximo voo), tive que pegar as bagagens, fazer um mega tour com elas até chegar no embarque internacional e fazer novo despacho.
Enfim, a experiência serviu para dois aprendizados: comprar passagens com a mesma companhia operando os voos ou comprar com intervalos de embarque maiores para que (tenha tempo de dar mancada) não precise apavorar-se receando atrasos.
Enfim, após sair de Goiânia por volta de 12h, cheguei em São Paulo fiz uma visita a meu irmão, cunhada e sobrinha enquanto aguardava o voo para Frankfurt, que só saia proximo da 00h. Durante o voo foi tudo tranquilo, companhia aérea latina, com português como primeiro idioma para deixar o frio na barriga da imersão em outro idioma para mais logo. Chegando à Frankfurt, na imensidão daquele aeroporto, demoramos uns 25 minutos entre pouco e parada da aeronave. Desembarque, depois de "aceppt" alguma coisa escrita em alemão acerca da rede wifi local contatar aos familiares e encaminhar para a imigração. A fila estava longa. Enquanto isso, eu, que vivia assistindo programas de TV sobre aeroportos e tretas em que a polícia observava à paisana os transeuntes, esperava pensando que via várias vezes nos programas a polícia abordar pessoas que viajavam sozinhas e tinham atitudes suspeitas, se eu estava tendo alguma atitude suspeita! E já imaginava, ansiedade das brutas, se algum agente me abordasse e eu não sabendo falar alemão nem inglês direito... e a fila ia... Até que chegou minha vez e me encaminhei ao guichê, insegura, mas respondendo ao agente a saudação em inglês já indicando que não falava alemão! Queria ter dito isso em alemão... mas o treino não foi suficiente para eu soltar um sonoro "entschuldigung, ich spreche kein Deutsch"... simplesmente não sai até hoje! E então, respondendo à breve entrevista, engasgando com questões sobre a volta (pega de surpresa com a pergunta sobre os trechos de volta) e admirada com a educação, cuidado e paciência do agente (aliás, nas estadias pelo país me caiu por terra aquela história da grosseria do alemão), vi meu passaporte sendo carimbado e eu ser saldada com um bem vindo na língua local!
Daí, a essa hora já explodiam em mim duas partes: o coração, em rever em alguns minutos meu esposo e a bexiga, cheia, pela ansiedade e pelo tempo de fila.
Na saída do embarque lá estava ele (me aguardando com chocolate e girassóis, metira!) me aguardando já há algumas horas e também cheio de saudades. Encaminhamos para casa ele já fazendo as vezes de anfitrião e me dizendo coisas básicas para saber sobre o trasnporte coletivo e mostrando alguns pontos entre o aeroporto e a casa onde residia.
Lá chegando, morta de cansaço pela extensa jornada, tomei um banho, deitei e dormi um pouco, enquanto aguardava-o preparar o jantar e já bastante admirada pelo adiantado da hora e o sol brilhar como se fossem quatro da tarde...
Mal sabia que ainda teria um bom pedaço de noite sob a luz do dia e um belo por-do-sol as 22h e que isso seria providencial para aproveitar ao máximo os próximos 39 dias ao lado de meu bem...
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