Blem, blém, belém blem blem bléeeeemmm... Leia naquele toquezinho chato, irritante, tocado por harpa, e que somos obrigados a ouvir nos supermercados, lojas, carros de som de rua e sei mais onde do raio que o parta no quinto dos infernos...
É chegando dezembro eles vem... as harpas, os velhos vermelhos da cara rosa... Não tenho nada contra idosos de cara rosadinha, acho até bonitinho 'os véinho e véinha rosadinhos' aparenta aspecto saudável... Não gosto é daquele tal velho tão conhecido no Natal.
Há uns anos atrás eu dizia odiar o Natal. Até perceber que odiava era o que era feito desta data. Claro que gostaria beeem mais se não fosse período de recesso na escola, pois assim poderia aproveitar mais um feriado! Ahh, mas em tempos como este, falar em feriado é quase proibido! não fosse o faturamento antes do dia 25 (que nada mais no comércio fecha, os funcionários lacaios das grandes empresas não precisam disso!) certamente tentariam derrubar o feriado... O objetivo não é esse, mas pitaco! Em Goiânia os comerciantes conseguiram derrubar o feriado de 20 de novembro - Dia da Consciência Negra - em nome do véi vermelho da cara rosa... Afinal, seria menos um dia para entorpecerem as pessoas e fazê-las ir às antecipadas compras de Natal.
Mas na vera, vim neste, e em outros que virão até hoje mesmo - tirando a barriga da miséria - dizer que hoje entendo o magnífico sentido real do Natal. Mas continuo a cada dia mais, odiando o que fazem dele. Mas dizer coisas apenas nada resolve não é?!! Pois então, a atitude deste e para outros anos é desvincular completamente a idéia Natal - Presente para crianças.
A escola, minha inspiração para insanidades escritas aqui, essa semana pode presenciar meu total mau humor quando se fala nesta parte... Apareceram dois sujeitos lá, convidando-nos a participar de uma campanha de doação de brinquedos... Eu estava calada, mas me cutucaram, precisavam saber o que o coletivo achava da proposta... Só respondi: trabalho em prol da desvinvulação do Natal e Presentes.
A tal campanha envolve uma filial de um certo sistema brasileiro de televisão, e os representantes da campanha que estiveram na escola da quebrada, objetivavam que as crianças daquela quebra, doassem seus brinquedos. Como seria isso? os brinquedos que pessoas assistencialistas levaram a eles no ano passado seriam doados para outros mais empobrecidos ainda??
E ainda tinha um detalhe... Um mais perverso detalhe... Com a contribuição, a escola ganharia uma apresentação 'artística' para os alunos... Um show da Banda CALYPSO COVER...
Viu crianças, não se comportaram direitinho durante o ano, vão ter de doar seus brinquedos velhos, esperar um assistencialista ter dó de vcs e levar outros, e ainda terão de ouvir Calypso cover!
Aiai, projetos como esses graças a Deus só acontecem no Natal...
Se esses empresários são tão ricos, porque não doam eles mesmos. Já não basta a mais-valia que retiram de seus funcionários? Agora querem lucrar em cima das crianças e dizer que foram eles que fizeram a caridade.
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