domingo, 31 de outubro de 2010

Todo mundo odeia frases de velório!

Quando eu era criançinha, quando ouvia falar a palavra etiqueta logo lembrava do tanto que elas me irritam; lembrava que arrancava todas as etiquetas de roupas porque "penicam"... aí, fui crscendo e vendo que enquanto eu arrancava etiqueta de tudo, tive até algumas colegas que pegavam etiquetas de uma calça da irmã mais velha ou de uma tia endinheirada e colava com uma supr cola na calça para forjar uma grife... e aí, crescendo mais, fuio vendo que além das etiquetas de roupas, havia uma outra etiqueta! E vamos lá, pelo mundo da etiqueta, aprender a se comportar diante das coisas... e fui vendo, quanta idiotice existe neste mundinho que inibe, coage e enobrece os momentos.

Há quem dirá que no mundo de ogros a etiqueta não caia bem mesmo... eu não digo que caiba etiqueta nos lugares, mas, bom-senso!

E lá vai...

Li hoje uma coluna a respeito de 'etiqueta' em funerais. E digo, existe muita gente sem-noção fazendo visitas solidárias nos velórios, abre aspas e feche-as!

Frases como "como você está?", "nunca mais os natais serão iguais", "em todo aniversário agente chora bastante", "eu sei como é isso, quando fulano morreu eu passei por ... ", "veja como está bonito (a)" - dizendo do félitro" e outras inspiradoreas e disponíveis para apreciação no texto de Flávio de Souza Fica Comigo Esta Noite, são desesperadoras de se ouvir num velório... Sendo o morto seu, ou não!

Veja só: a pessoa lá debulhando-se em lágrimas, desesperada... com uma visão de morte na minha opinião meio equivocada... Chega alguém e pergunta "Como você está?!" Chris responderia: não é óbvio? Desesperado (a) e mostraria situações exdrúxulas e óbvias de desespero!
E o bando de Grinch que aparecem: (não que eu seja fã das festividades tortas que fazem do Natal) mas dizer que "os natais nunca mais serão iguais" faz que com que a criatura fantasticamente (real) do escritor Dr. Seuss tome vida sempre!
Dizer que "em todo aniversário agente chora bastante" não é lá muito inteligente! Considere que aniversários são temidos pelo fato de que legitimam o envelhecimento, gerador de pânico por aproximação com a morte (de onde tiram isso vai saber!), se a morte já se consumou, chorar por??? trash essa!
E o "eu sei como é isso e RETICÊNCIAS" ? Aí, a pessoa começa a contar suas experiências com morte e esquece que o enlutado não está nem ligando, pois precisava é de apoio, e não de emprestar seus ouvidos a um falador insensível!
Eu vejo sendo o fim dizerem "como está bonito (a)"! E o pior, já presenciei falas como essa em velórios de gente que todo mundo costumava dizer, 'fulano (a) mais feio que o cão chupando manga!
As bobagens como "morreu como um passarinho", "agente não vale nada nessa terra né?" eu pasmo! Já pensaram como passarinho morre? Eu vejo uns caídos, arrebentados! Outros, que eletrocutados, sangram pelos orifícios todos! Alguns hão de dizer: Mas Aline, é no sentido de ser livre! O caralho! Quem morre livre? Vez e outra, ficam coisas e mais coisas! E definitivamente, odeio que digam que não valemos nada nessa vida! Amadureci que é em vida que temos grande valor! Apenas ignoramos tal fato!

Outro assunto que tratava nas dicas era a respeito do celular! Já presenciei bizarrices com celulares em funerais! De gente estar chorando, clima pesado e um celular tocar com uma imensa e estridente gargalhada! Já ouvi tocando Festa no Apê! e até toques que combinavam com a ocasião, como certa vez tocou em um a Marcha Fúnebre! Aí pergunto: Custa ser discreto e estar no silencioso?

Coisas deste tipo vemos demais nos funerais! E o que resta a fazer é continuar catalogando-as...

2 comentários:

  1. Interessante como é nestas situações onde as pessoas normalmente se policiam mais em que mais se cometem bizarrices como as que você cita.

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  2. Querida Aline, a coisa que eu mais detesto são clichês de velório, jargões de enterro. Há muito tempo detesto velórios e enterros, pela tristeza em si, e pelas imbecilidades das pessoas que lá se encontram.

    Minha mãe morreu em 2006 e sofri um golpe terrível. Lembro-me que no velório um dito cujo que me viu desesperado, chorando, disse: "A vida é assim mesmo"., "A vida continua". Em minha dor respondi: Você fala isso porque não é a tua mãe que está ali, mas a minha!

    Gostei muito de sua postagem, lavou minha alma.

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