quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ojumo iyenú - Dia de Memórias

No calendário das datas comemorativas brasileiras aprendi na infância que hoje era um dia de comemorações... E faziam questão de ensinar-nos que princesa Isabel assinava a Lei Áurea! Será que naquele tempo eu (e meus coleguinhas de 7 ou 8 anos) não éramos capazes de entender que essa tal Lei não garantia nada para os negros? (e era sempre essa a palavra, não me lembro de dizerem escravos ou mesmo seres humanos escravizados). O fato é que me questionava sempre pouco tempo depois os motivos pelos quais a 'princesa boazinha' havia dado liberdade aos escravos.

E outro pouco tempo depois compreendi que a tal boazinha sedia à pressões externas para abrir as portas para um novo modo de vida nas cidades! Um modo de vida que dava liberdade a nós escravizados, liberdade para que nos virássemos, seja como for. LIBERDADE para que tivéssemos ressistência. Dispensados das fazendas, seguimos para as cidades sem perspectivas de vida, sem moradia, sem emprego, sem alimento, sem tudo! Marginalizados, reprimidos até mesmo de cultuar nossos deuses e memorar nossa Mãe-Africa através de tantos costumes e de nossa Capoeira.

Restava nos a liberdade e a resistência... A força, a dor e a vontade de viver. E vivemos! Sobrevivemos!

Pesa-me não carregar mais 'tinta na pele'... pesa-me ser constituída dessa identidade mais em memória e genes recessivos que na cor da pele ou caracteristicas dos cabelos...

Mais do que nunca, AXÉ!


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